Na Bahia, seminário marca Dia de Combate à Tuberculose

Roberto Badaró
GOVBA
Diagnóstico precoce da tuberculose e implementação de ações de combate à doença foram assuntos debatidos durante um seminário que ocorreu nesta terça-feira, 24, no auditório da Associação Baiana de Medicina (ABM), em Salvador. O evento, que tem como tema "Tuberculose: o que há de novo", segue até esta quarta-feira, 25, com atividades no Hospital Especializado Otávio Mangabeira.

Durante o seminário, os palestrantes ressaltaram que a Bahia está abaixo do índice nacional de redução da doença, ocupando ainda o 3º lugar entre os estados com maior número de casos, com 10 municípios considerados prioritários para o Programa Nacional de Controle da Tuberculose.

De acordo com o subsecretário da saúde, Roberto Badaró, embora o estado não tenha atingindo sua meta, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) tem trabalhado no sentido de intensificar os programas de combate à doença, "e investido na qualificação das equipes para melhorar os índices".

Badaró, que é infectologista, também ressaltou a necessidade de identificar os "portadores do bacilo para começar o tratamento o mais rápido possível evitando que se contamine outras pessoas". Para isso contam com um aliado: o teste rápido, que dá o resultado em menos de uma hora.

Outro ponto debatido pelo infectologista é a necessidade de se fazer o teste de HIV em todos os pacientes com tuberculose, "pois o índice de mortalidade aumenta consideravelmente, sobretudo quando não diagnosticado a tempo", pontua o infectologista.

Ele também explicou que nas famílias onde tem uma pessoa diagnosticada com tuberculose, todos devem fazer a investigação da doença, ainda que não tenham os sintomas, "pois as chances de membros dessa família serem infectados é 30 a 40 vezes maior do que uma pessoa que nunca teve contato com a doença".

Roberto Badaró ainda destacou que o tempo de tratamento, em função dos novos medicamentos, tem reduzido, mas não se pode interromper o"tratamento antes do período correto, pois ainda que a doença esteja controlada, os bacilos continuam no organismo.

A doença na Bahia
Em 2013 ocorreram mais de 4,9 mil casos novos de tuberculose, com taxa de incidência de 32,7 por 100 mil habitantes, proporção de cura de 64,7% e abandono de 7,4%, enquanto foram registrados 410 óbitos, evidenciando que são necessários maiores e mais articulados esforços para avançar no enfrentamento e controle da doença. Já os dados preliminares de 2014 apontam 4.781 novos casos no estado, ocupando o 3º lugar no país, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Atividades no HEOM
As atividades programadas para o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, que é 24 de março, continuam nesta quarta-feira, 25, no Hospital Especializado Octávio Mangabeira (HEOM), das 7h30 às 13h30.

O evento será realizado na área externa térrea da unidade, com a presença de integrantes do Comitê Baiano para o Controle da Tuberculose e a parceria das diversas equipes do hospital, universidades, Distrito Sanitário da Liberdade, entre outros representantes da comunidade.

A programação conta com uma exposição de cada serviço/entidade participante do evento. As atividades vão mostrar a situação radiológica em pacientes acometidos por tuberculose, pesquisa sobre o abandono de tratamento e uso/abuso de drogas, informações sobre benefício sociais contribuitivos e não contribuitivos, exposição do bacilo de Kooch e de material informativo sobre tuberculose, pela equipe do Distrito Sanitário da Liberdade.

Haverá também apresentação do coral da Faculdade Bahiana e palestras sobre a situação da tuberculose no Brasil e na Bahia, a situação da tuberculose nos principais distritos sanitários de Salvador, o HEOM e a contribuição da referência para o controle da tuberculose, o Comitê da Tuberculose e a mobilização social pelo controle da doença, tuberculose e vulnerabilidade social, tuberculose e resistência às drogas e tuberculose e dependência química. O encerramento das atividades será com uma apresentação do poeta e repentista Bule Bule.